Como o trabalho em equipe faz a diferença em empresas bem-sucedidas
A partir de um livro que estava lendo esses dias, “A quinta disciplina” (Peter Senge), comecei a fazer algumas reflexões sobre o tema trabalho em equipe.
Aprendemos, desde muito cedo, a fragmentar os problemas, dando a impressão de que isso os torna mais fáceis, porém, não conseguimos perceber que deste modo perdemos a noção intrínseca de conexão com o todo.
É necessário acabarmos com a idéia de que o mundo é formado por forças individuas, pois, somente desse jeito poderemos construir “organizações que aprendem”. Organizações nas quais as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente desejam. Onde estimulem padrões de pensamentos novos e abrangentes. Onde o desejo coletivo ganhe liberdade e onde as pessoas aprendem continuamente a aprender juntas, para que juntas cresçam.
O mundo está cada vez mais interligado e os negócios mais complexos e dinâmicos. O trabalho precisa ligar-se em profundidade com a empresa. Simplesmente não é mais possível encontrar soluções na alta gerência e fazer com que todos os outros sigam as ordens do “grande estrategista”. As organizações, que realmente querem ser bem sucedidas. Terão que descobrir como cultivar nas pessoas o comprometimento e a capacidade de aprender em todos os níveis da organização terão que ter um objetivo comum maior do que os objetivos individuais e, assim, gerar resultados extraordinários.
A disciplina da aprendizagem em equipe começa pelo diálogo (em grego dia-logos significa o livre fluxo de significado em um grupo, permitindo novas idéias e percepções que os indivíduos não conseguiriam ter sozinhos) estimulando a capacidade dos membros de deixarem de lado as idéias preconcebidas e participarem de um verdadeiro “pensar em conjunto”.
É interessante observar que muitas culturas “primitivas” , como a dos índios norte-americanos, preservaram a prática do diálogo, mas essa prática se perdeu quase que totalmente na sociedade moderna. Hoje, os princípios e as práticas do diálogo estão sendo redescobertos e inseridos em um contexto contemporâneo.
A disciplina do diálogo envolve também o reconhecimento dos padrões de interação que dificultam a aprendizagem nas equipes. Os padrões de defesa freqüentemente são enraizados na forma de operação da equipe. Se não forem detectados, minam a aprendizagem. Se percebidos e trazidos à tona de forma criativa, podem realmente acelerar a aprendizagem. E essa aprendizagem em equipe é vital, pois as equipes, e não os indivíduos, são a unidade de aprendizagem fundamental nas organizações modernas. Eis um ponto crucial: se as equipes não tiverem capacidade de aprender, a organização não a terá.
As pessoas têm o costume de se identificarem pelo seu cargo. Por exemplo, quando alguém pergunta a uma pessoa o que ela faz para viver, a maioria descreve as tarefas que executa no dia-a-dia, e não o propósito maior da empresa onde trabalha. A maioria se vê dentro de um “sistema” sobre o qual tem pouca ou nenhuma influência. Elas “fazem seu trabalho”, dedicam seu tempo e tentam conviver com forças sobre as quais não exercem controle algum.
Conseqüentemente, tendem a considerar suas responsabilidades limitadas às fronteiras do próprio cargo.
Quando as pessoas na organização se concentram exclusivamente no cargo que ocupam, elas têm pouco senso de responsabilidade em relação aos resultados da interação de todos os outros cargos.
Se nos concentramos apenas no cargo que ocupamos, não conseguimos enxergar como nossas ações se estendem além dessas fronteiras. Quando as conseqüências acabam retornando e nos prejudicando, interpretamos incorretamente esses novos problemas como se fossem provocados por causas externas.
São por esses motivos que as pessoas precisam aprender a trabalhar em equipe, pois a principal característica de uma equipe relativamente desalinhada é o desperdício de energia. Os indivíduos podem dar tudo de si, mas seus esforços não se traduzem eficientemente como esforço da equipe. Por outro lado, quando uma equipe se torna mais alinhada surge uma unicidade de direção, e as energias dos indivíduos se harmonizam. Há menos desperdício de energia. Na verdade, desenvolve-se um propósito comum, uma visão compartilhada, e a compreensão de como complementar os esforços dos outros. Os indivíduos não sacrificam seus interesses pessoais em prol da visão maior do grupo; ao contrário, a visão compartilhada torna-se uma extensão de suas visões pessoais. Na verdade, o alinhamento é a condição necessária para que o empowerment do indivíduo gere o empowerment de toda a equipe. O empowerment do indivíduo, quando o nível de alinhamento é relativamente baixo, agrava o caos e dificulta ainda mais a gerência da equipe.
A aprendizagem em equipe é o processo de alinhamento e desenvolvimento da capacidade da equipe de criar os resultados que seus membros realmente desejam. Ela se baseia na disciplina do desenvolvimento da visão compartilhada, e também no domínio pessoal, pois as equipes talentosas são compostas de indivíduos talentosos. No entanto, visão compartilhada e talento não bastam. O mundo está repleto de equipes com indivíduos talentosos que compartilham uma visão durante algum tempo, mas que não conseguem aprender.
Hoje, quase todas as decisões importantes são tomadas em equipe, seja diretamente ou através da necessidade de equipes para traduzir as decisões individuais em ação. Os feitos da equipe podem definir o tom e estabelecer um padrão para a aprendizagem conjunta de toda a organização.
Um exemplo simples de trabalho em equipe é o vôo dos gansos. Quando está se aproximando o inverno, os gansos migram para um lugar mais quente, para fugir do frio. Eles se dividem em equipes e voam em formação V. O “ganso líder” dita o ritmo do vôo, assim, os demais seguem seu ritmo. E com o passar do tempo, o “ganso líder” vai para o último lugar da fila para poder descansar e um outro ganso toma seu lugar. Desse modo, eles conseguem atingir o objetivo, com uma maior eficiência.
por Tatiane Pocai
Publicado no site KMA Marketing Integrado
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